quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Capítulo 26






Web Novela LuAr - Capítulo 26



   A verdadeira amizade não se constrói do nada, não é só porque você e o outro fazem aniversário no mesmo dia que serão melhores amigos para sempre. A amizade é construída ao poucos, a confiança é garantida com muito tempo. É o que dizem, amigos brigam, melhores amigos brigam e fazem as pazes.
 

  Igor pegava as coisas, que por sorte haviam “sobrevivido” e as colocava para dentro de casa. A última mala tinha um celular em cima, conectado a um fone de ouvido. Sentiu seu coração apertar e se relembrou de tantas vezes que eles riam juntos, agora Lua estava na cama de um hospital. Ele pegou aquela mala verde e a colocou no quarto que a esperaria o tempo que precisasse. Assim que terminou encontrou todos sentados, quietos, no sofá da sala:
  - Pessoal, acho melhor irmos almoçar na rua, não tem nada aqui, ainda vou fazer o supermercado.
  - Tudo bem, e quando a gente vai para nossa casa?
  - Bom Mel, como só o Arthur vai dormir aqui, posso levar vocês na rodoviária umas 15:00 e amanhã o Arthur vai no mesmo horário, pode ser?- Todos concordaram e foram almoçar. Tudo corria bem e Igor deixou todos em casas se direcionando novamente ao hospital, sentia-se culpado por um dia ter acreditado que Lua teve bulimia, e o médico conversou com ele:
  - Meu jovem, a doença nunca aconteceu aqui, os casos são raros, muito raros. Creio que deve ser muito comum confundir bulimia com esta doença. Parar de comer, vomitar... São os mesmos sintomas, mas não se sinta culpado, pense que estava preocupado com ela, isso significa amor.- O doutor estava certo, ele gostava muito da Lua. Foi ao quarto somente ver como estava, ela dormia. Voltou para a casa e encontrou Micael, Sophia, Mel e Chay prontos para voltarem:
  - Estamos prontos, assim que pudermos voltamos para ver a Lu.
  - Fique tranquilo Chay, cuidarei dela, agora vamos, se não perderão o ônibus.- Igor estava a caminho junto com os quatro adolescentes:
  - Igor, a gente queria te entregar uma coisa para você entregar a Lu, nós não pudemos conversar muito com ela. Aqui é de todos nós quatro e do Arthur também. Aliás, mande pelo Arthur.
  - Claro Sophia, pode me entregar.- O garoto pegou e tudo correu bem, chegaram na hora e assim que voltou encontrou Arthur mexendo no celular:
  - Arthur, posso te pedir um favor?
  - Aham.- Respondeu ainda olhando o celular.
  - É porque irei precisar trabalhar num plantão hoje à noite e estou indo agora, você pode ir agora?- O garoto se levantou e assim que chegou no hospital ficou no quarto. Ao adentrar viu um par de olhos castanhos olhando toda a extensão do lugar:
  - Oi Lu, posso entrar?
  - Claro.
  - Parece tão melhor.- A garota apenas sorriu.- Já jantou?
  - Ainda são...- Disse olhando para o relógio no canto do quarto.- 17:00.
  - Assim, é porque eu estou morto de fome, aceita uma balinha de morango?
  - Claro.- Arthur pegou uma bala e entregou a Lua, que colocou na boca. Não demorou muito e ficou pálida:
  - Arthur, eu vou...- Não conseguia falar mais. Tinha parado de respirar e o garoto se lembrou de que ela não estava podendo comer nada:
  - Lua! Lua! Desculpa, eu esqueci. Enfermeira!- Ele gritou e poucos minutos depois a enfermeira, junto com o médico responsável chegaram:
  - Vá comer, precisamos ficar aqui. Vá!
  - Mas doutor...- Chamaram a equipe médica, todos pareciam estar muito nervosos e o garoto foi obrigado a sair. Estava no mesmo estado. Sentia-se o mais culpado do possível, se Lua estava naquele quarto mais doente do que nunca a culpa era sua. De repente ouviu alguém indo falar com ele:
  - Oi Arthur, eu sou André, pai da Lua, como ela está?
  - Ér, bom.- O garoto deu uma pausa, tudo ocorreu tão rápido, nem sabia que o pai de Lua havia chegado, mas preferiu chegar logo ao ponto.- Euesqueciedeiumabalaparaela e... oestadodelapiorou.
  - Não estou entendendo nada.- Para alívio de Arthur o médico chegou:
  - Bom, creio que o senhor seja o pai correto?- Disse se direcionando a André.
  - Sim.
  - Então o senhor já deve saber da doença.
  - Doença?- O homem levantou da cadeira rapidamente assustado. O médico contou a história novamente e quando havia chegado a parte que interessava Arthur, ele se ergueu também:
  - Então, o corpo dela já não estava muito bem e o estado piorou muito porque ela engoliu a bala inteira e já entrou em coma induzido.- Ficaram pasmos, tristes, espantados, choraram, choraram juntos, retiraram tudo o que estava guardado no profundo dos seus sentimentos e do seu coração.- Se acalmem, agora vamos continuar com a sonda e cuidando das fraturas normalmente. Ninguém poderá dormir com ela porque foi para a emergência. Serão os mesmos procedimentos, três meses.- “Como ele pode falar algo tão naturalmente? Talvez porque seja médico e lida com isso todos os dias, mas para mim...”, era o que pensava os dois ali sentados. Arthur ligou para todos os amigos avisando que voltaria naquela noite, para Igor avisando tudo e para sua mãe, que até o momento só sabia que Lua havia sofrido um acidente. André ligou para Marta e contou tudo. Os dois lados da linha das duas pessoas estavam cobertas de lágrimas. Era uma situação terrível.

  Num hospital do outro lado da cidade Igor atendia inúmeros pacientes, eram muitas emergências e ele tentava se concentrar, sua cabeça estava em Lua e pela primeira vez sentiu raiva de Arthur, como poderia ser tão irresponsável? Por um momento não tinha nenhum paciente para atender, suspirou pesadamente e começou a distinguir tudo. Lua havia ido para emergência! Bateu uma vontade forte de dizer tudo que estava engasgado em sua garganta a muito tempo para Arthur. Ele foi muito desatento! Levantou de sua cadeira e se direcionou a recepcionista:
  - Oi, eu sou o médico pediatra plantonista, mas minha amiga está em uma emergência do outro lado da cidade, daqui a pouco volto.- Voltou a sala, tirou seu jaleco, pegou o celular e seguiu o hospital que horas atrás havia estado. Foi direto a sala de espera e viu Arthur:
  - O que você fez com a Lua?!- Falou indignado fazendo com que o garoto se levantasse:
  - Ei, ei, ei! Foi só um deslize, eu me esqueci!
  - AH CLARO! VOCÊ TAMBÉM JÁ SE ESQUECEU QUE UM DIA ELA TE AMOU E VOCÊ A MAGOOU, ESQUECEU QUE UM DIA ELA ESTAVA FELIZ E VOCÊ CONSEGUIA ESTRAGAR, ESQUECEU QUE EU E ELA ÉRAMOS AMIGOS E VEIO BRIGANDO E JULGANDO ELA DE FORMA ERRADA!- Foi repreendido pela enfermeira que passava devido ao seu tom de voz.- Desculpe enfermeira.
  - Calma aí! Eu já pedi desculpas a ela por tudo o que eu fiz, eu sei que agi errado, muito errado. Mas eu mudei, hoje eu juro que esqueci do estado em que ela estava.- Ele estava sendo sincero, Igor repensou e chegou a conclusão de que no momento brigas não resolveriam nada.
  - Tudo bem.- Mais calmo sentou-se e Arthur lhe deu a notícia:
  - O pai da Lua voltou, junto com a mulher dele. Parece bem preocupado e vai ficar com ela.
  - Muito bom, agora eu vou te levar na rodoviária tá? Não tem mais necessidade de você ficar aqui, você tem colégio.
  - Não! Eu vou ficar com a Lua até ela melhorar.
  - Mas Arthur, como você vai ficar sem ir a escola?
  - Ué, você não disse que aqui tem a mesma escola? Eu me mudo para cá e no final do ano eu volto, não falta muito tempo já estamos no meio do ano.
  - Mas antes você precisa falar com sua mãe não acha?
  - Só vou por isso, mas logo estou voltando.
  - Tudo bem, eu te levo.- Os dois foram para a rodoviária calados.


  Lua recebia carinho de todos, de quem nunca pensou que receberia. A quanto tempo não acreditava mais em seu pai e em Arthur? Mas eles estavam provando que o amor que sentiam era o mais singelo, sincero, terno e eterno, verdadeiro.




E aí, gostaram? Se gostaram, comentem!
Já comecei a escrever a 2ª parte do conto e a frase do mês.

3 comentários:

  1. Amei Ingrid muito lindo!!faz a Lua melhorar.
    Posta ++ por favor,mais se der claro. Beijos flor

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  2. não sei pq,nesta web eu não queria luar juntos...to doida néh?
    mas sei lá...o igor ta sendo tão amigo com a lua,que chaga a dar pena dele. já o arthur é um cavalo...
    sei lá...acho q to meio maluca néh?
    kkkk

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